Estudo realizado na Cabanha Soldera, de Panambi (RS), revelou que a utilização do sistema de Integração Lavoura-pecuária (ILP) pode aumentar a produtividade em 23%. O crescimento apontado pela propriedade é da ILP em relação ao sistema tradicional e comprova a efetividade da integração na cabanha. O sócio-proprietário da Soldera, Didi Soldera, explicou que a diferença de produtividade entre os dois sistemas é de 17 sacos de soja por hectare, e que, de forma financeira, a ILP resulta em R$ 2.720 a mais por hectare.
Os dados foram apresentados na noite de quinta-feira (21/10) para alunos do curso de Agronomia da Universidade de Cruz Alta (Unicruz) durante o 5º Seminário Técnico da Fazenda Escola Unicruz. Na ocasião, Soldera ressaltou que o sistema adotado na propriedade por quase três décadas traz diversos benefícios. Entre eles, está o de antecipar o plantio, o maior aproveitamento de maquinário, a maior quantidade de quilos por hectare, além da preparação antecipada dos animais. No caso das vacas, o criador destacou que, colocando as fêmeas mais cedo na pastagem, elas terão um escore corporal melhor para inseminação ou para monta em campo. “Suas vacas vão parir em cima dessa pastagem, o que automaticamente vai fazer com que fiquem mais tempo ali, gerando maior quantidade de leite, o que produz um terneiro mais pesado e que vai desmamar ainda mais pesado depois”.
Soldera salientou que a ILP possibilita o engorde mais cedo de reprodutores, o que significa que os criadores conseguem vender os animais antes dos demais e garantir um valor melhor por eles. Ao citar os touros, principalmente os machos das raças Angus e Brangus criados na cabanha, a Soldera “atende a necessidade de estados e regiões que procuram animais mais cedo. Então é uma série de fatores que o sistema melhorou”.
A propriedade e a universidade possuem uma parceria de longos anos por meio de atividades realizadas pela Fazenda Escola da Unicruz. “Uma das coisas que muito me chamou a atenção nas primeiras vezes que a gente conversou, foi que você nos disse que onde colocava o gado, colhia mais soja”, destacou uma das professoras que acompanha as visitas e que também foi a responsável pela organização do evento virtual, Daniele Araldi. Desde então, a Unicruz realiza diversos Dias de Campo na Soldera para acompanhar os projetos da propriedade. “E realmente esses números da última safra e da safra do ano passado confirmam que onde se usa esses animais em pastejo no inverno, se colhe mais soja durante o ano. Esses valores são fantásticos”, ressaltou.